quarta-feira, 27 de julho de 2011

De pedra

". . . quantas vezes aconteceu mostrarmo-nos como quem somos, e não valeu a pena, não estava lá ninguém para ver."

José Saramago, A jangada de pedra

sábado, 23 de julho de 2011

Da alma

Ingmar Bergman, Persona (1966)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"I had no anxieties about artistic failure"

 

Na verdade, esquecera-se da perfeita dimensão conjugativa dos verbos, e os dedos estranhavam-lhe agora as arestas da sintaxe. A escrita encolhera-se e ficara de trazer por casa, pateta e triste, fechada num amuo de limpar os cantos. Os abismos da tarde, esses, passaram a fingir-se num vestido onde por vezes lhe dançava o Verão. Era Inverno.
A parca lucidez talvez viesse da atenção excessiva dada às coisas – toda ela das coisas, nas coisas – ou então daquele calor que subitamente se abatera sobre a terra, murchando as gentes num trigo frágil.
I’ll think about that tomorrow.
Por ora, os dias seriam passados de pé, como uma árvore sem ramos subitamente habitada por um formigueiro intravenoso.
“Para quando a escuridão?”
Como se o caminho indicado pelos joelhos fosse capaz de se desdobrar numa calçada de açucenas, tão mais sonante ao redor de si mesma.      

Foto: Maura Sullivan

terça-feira, 19 de julho de 2011

Because of the alarming nature of darkness

The lighting must be better protected than now. The lamps must be enclosed in a steel grid to prevent their being damaged. Lights could be eliminated, since they are never used. However, it has been observed that when the doors are shut, the load always presses hard against them as soon as darkness sets in, which makes closing the doors difficult. Also, because of the alarming nature of darkness, screaming always occurs when the doors are closed. It would therefore be useful to light the lamps before and during the first moments of the operation.

... (1942)