fugiram-me um dia
os braços até ti
onde ficámos
deitados sobre a tarde
em que todas as lentidões
são bruscas apneias
as nossas mãos de barro
derreteram-se em cristalinas
placas tectónicas, a fingir
pássaros num desvio alado
ouves? somos nós
aqueles que trauteiam oceanos
enquanto falam
sobre sinos e visões periféricas
ao menos
fugiram-me um dia
os braços até ti
onde ficámos
suspensos
sobre um chapéu de criança
soprado ao delírio do vento