segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pensávamos que era isso,
o amor:
água
terra
um chão onde cair é mais certo
do que ser pássaro.

Pensávamos que era isso,
o amor:
uma fina garrafa de ouro
quebrada
faca e cordeiro
de mãos dadas
a procissão ainda no adro
e o meu vestido manchado de sangue.

Nunca soubemos o que era isso,
o amor.
Por isso fomos um sapato muito apertado
para ser bailarino,
um vaso rachado a traçar mapas
nas mãos um do outro
à espera
que o caminho do esquecimento
nos abraçasse.

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